POR LICURGO NUNES QUARTO(FOTO ACIMA)
Nascido a 01 de outubro de 1903, no sítio Dourados, localizado no Município de
Portalegre, Região do Alto Oeste Potiguar.
Filho de Amaro Soares de Holanda e de Júlia de Holanda Cavalcante, percebeu,
ainda jovem, que a atividade primária – a labuta na lavoura, no campo - onde
auxiliava o pai na subsistência da família, não o levaria a uma independência
financeira imediata, pois, já àquela época, trabalhar no campo, sem estudo, não
dava perspectiva de um futuro melhor.
Foi então que, no ano de 1918, com 15 anos de idade, ainda adolescente, deixa a
companhia dos pais e a vida bucólica que levava no sítio Dourados, que ele
tanto gostava, onde viu iniciar seus primeiros passos e o fez aprender a amar a
terra em que nascera, indo morar na Cidade de Pau dos Ferros, na casa de um
amigo da família.
Com o firme propósito de se dedicar aos estudos e trabalhar em outra atividade
que não fosse a agricultura, matriculou-se no centenário e lendário “Grupo
Escolar Joaquim Correia”, quando se destacou como um aluno dedicado,
inteligente e determinado, acima de tudo.
Com tal perfil, e com tantas qualidades, não teve dificuldade em iniciar logo
uma atividade que lhe levasse a auferir rendimentos financeiros. Tanto é que
foi convidado por Joaquim de Holanda, seu tio e proprietário de uma loja no
comércio local, para trabalhar com ele. Passou então, não só a trabalhar, como
também a morar na residência dele.
Concomitante ao trabalho na loja do tio, montou uma carpintaria e passou a
fabricar móveis, aumentando os seus rendimentos. Da referida fábrica saíram,
inclusive, os móveis que viriam, mais tarde, a mobiliar a sua própria casa,
quando do seu casamento. Vale salientar que alguns desses móveis ainda hoje
existem, resistindo ao tempo, segundo depoimento de um de seus familiares.
Com tamanha disposição para o trabalho, e com inegável tino comercial,
progrediu, chegando a ponto de comprar a loja do tio, passando a gerir seu
próprio negócio. Considerado um grande comerciante, sendo um dos mais prósperos
e conceituados da cidade, foi proprietário de um estabelecimento comercial nos
ramos de tecidos, estivas e miudezas.
Diversificando as suas atividades, enveredou para o comércio de compra de
algodão em caroço, tendo, inclusive, montado uma fábrica de beneficiamento de
algodão, que o transformava em pluma e exportava para o sul do País. Agregou
valores ao algodão, quando fabricava óleo comestível, bem como fabricava “torta”
de algodão e o “piolho”, que era a casca do caroço deste produto. Estas duas
últimas mercadorias citadas serviam para a ração de ovinos, caprinos, muares e
bovinos, pois são de grande palatabilidade para os animais, bem como possuem
grandes valores nutrientes.
Tornou-se, então, um próspero empresário, contribuindo para com o progresso da
cidade, bem como minorando o desemprego – eterno problema social que assola as
cidades brasileiras – dando oportunidade de trabalho a muitas pessoas.
No serviço público foi tesoureiro da Prefeitura Municipal, na gestão de
Francisco Dantas, primeiro Prefeito de Pau dos Ferros.
Agro-pecuarista, proprietário rural de uma grande gleba localizada à margem
esquerda do rio apodi, a jusante da barragem de Pau dos Ferros, quase zona
urbana, produzia, em seu engenho de cana de açúcar, rapadura, rapadura batida,
mel e alfenim, iguarias nordestinas, e da melhor qualidade, sem falar no “caldo
de cana” – garapa – de sabor inigualável e inesquecível.
Candidato a vice-Prefeito numa chapa encabeçada por José Fernandes de Melo, não
obteve êxito, sendo derrotado.
Foi eleito Vereador da Câmara Municipal de Pau dos Ferros, com expressiva
votação, tendo feito parte da mesa diretora na condição de Secretário.
Casou-se, no dia 24 de junho de 1926, aos 23 anos de idade, com Dona Maria de
Souza Rego, que se tornou Maria do Rego Holanda. Ela com apenas 16 anos de
idade. Conhecida por toda a Cidade como Dona Mariêta, era filha de Francisco de
Souza Rego e de Tassiana Masiosina de Souza Rego, e nascida a 29 de julho de
1910.
Dona Mariêta faleceu a 06 de outubro de 1983, com 73 anos de idade.
Do casamento houve sete filhos, a saber:
José Edmilson de Holanda, casado com Terezinha Gondim Reginaldo de Holanda.
Médico, formado pela Faculdade de Medicina do Recife – PE, no ano de 1954,
nasceu em Pau dos Ferros a 18 de abril de 1927. O Dr. José Edmilson de Holanda,
pauferrense dos mais ilustres, com inúmeros benefícios prestados à sua terra e
ao seu povo, não somente na área médica, na assistência aos mais necessitados
(haja vista que neste setor atuou por mais de três décadas) mas, e
principalmente, na condição de administrador público, uma vez que exerceu as
honrosas funções de Prefeito de Pau dos Ferros, em duas gestões ( a primeira de
31/01/1970 a 31/01/1973 e a segunda de 31/01/1977 a 31/01/1983), quando teve a
oportunidade de trabalhar e ficar para a história da nossa Cidade como um dos
Prefeitos mais honestos e operantes. Construiu incontáveis obras físicas,
principalmente nas áreas de saúde e educação.
Zélia de Holanda, viúva de Mauri Lira de Andrade, ex-Vereador da Câmara
Municipal de Pau dos Ferros por várias legislaturas.
Maria Zilmar de Holanda, foi casada com Raimundo Pereira da Silva.
Jeová de Holanda, comerciante, casado com Zuleide Lopes de Holanda.
Raimundo (Mundinho) Holanda do Rego, empresário do setor de transporte
rodoviário, casado com Terezinha de Oliveira de Holanda.
José Tadeu de Holanda, solteiro e;
Maria Zuila de Holanda, solteira.